terça-feira, 22 de maio de 2012

O REALISMO

O REALISMO

           É um movimento artístico que surgiu entre 1850 e 1880. Caracteriza-se pela intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo, muitas vezes realismo e naturalismo se confundem.
Artes Plásticas - A tendência se expressa, sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês Gustave Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica. São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários, e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo. Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875). Também destaca-se Édouard Manet (1832-1883), ligado ao naturalismo e, mais tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que "encara" o espectador

REALISMO NO BRASIL

 No Brasil, o realismo marca mais intensamente a literatura e o teatro.
Artes plásticas -Entre os artistas brasileiros, tem maior expressão o realismo burguês, nascido na França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o cotidiano da burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam Belmiro de Almeida (1858-1935), autor de Arrufos, que retrata a discussão de um casal, e Almeida Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo. Mais tarde, Almeida Júnior aproxima-se de um realismo mais comprometido com as classes populares, como em Caipira Picando Fumo.
Literatura -O realismo manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo de crítica a instituições e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e direta.
O realismo atrai vários escritores, alguns antes ligados ao romantismo. O marco é a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao regionalismo destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona Guidinha do Poço, e Domingos Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.
Teatro - Os problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia a dia e a linguagem passa a ser coloquial.
Entre os principais autores estão romancistas realistas, como Machado de Assis, que escreve Quase Ministro, e alguns românticos, como José de Alencar, com O Demônio Familiar, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com Luxo e Vaidade. Outros nomes de peso são Artur de Azevedo (1855-1908), criador de comédias e operetas como A Capital Federal e O Dote, Quintino Bocaiúva
            O Realismo apresenta características que refletem o momento em que surge. É fiel ao representar o mundo exterior, analisa as condições políticas, econômicas e sociais que influenciam os comportamentos individuais e determinam a organização social.

Principais características da estética realista
- Objetivismo
- Retrato fiel da Natureza
- Descrições e adjetivação objetivas, tentando captar o real como ele é
- Linguagem culta e direta
- Mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades
- Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais
- Casamento como instituição falida, contrato de interesses e convivências
- Herói problemático, cheio de fraquezas, manias e incertezas
- Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico
- Personagens trabalhadas psicologicamente
- Universalismo

O Realismo é a expressão cultural da burguesia, de suas preocupações, anseios e aspirações. É o período de apogeu do romance, pois esse exprime de modo mais profundo e compreensível o conflito entre o indivíduo e o mundo, entre os amores e a vida real.

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